Anistia Internacional cobra justiça da Etiópia por massacre a mais de 400 pessoas

A Anistia Internacional exigiu das autoridades da Etiópia uma “investigação imparcial” sobre o “massacre” de mais de 400 pessoas de etnia Amhara na região de Oromia, no dia 18 de junho.

Segundo o diretor da organização não-governamental (ONG) para a África Meridional, Deprose Muchena, esses assassinatos mostram o descaso pelas vidas humanas.

Testemunhas entrevistadas pela Anistia Internacional, assim como o governo etíope, disseram que o massacre foi de ordem dos membros do Exército de Libertação de Oromo (OLA), que negam os atos.

O ataque ocorreu na manhã do dia 18 de junho nas aldeias de Tole e Kebele, horário que a maioria dos homens já havia deixado suas casas para ir trabalhar nos campos de cultivo, conforme indicaram familiares das vítimas. Grande parte das vítimas foram mulheres e crianças.

“Foram mortas 42 pessoas em um único local onde só se encontrava um homem adulto. O resto eram mulheres e crianças. Encontramos os corpos empilhados. Entre os mortos, estavam recém-nascidos”, disse Hussein (nome fictício por questões de segurança), em depoimento à ONG.

Além disso, os criminosos também queimaram casas e roubaram gado, dinheiro e cereais.

A Anistia Internacional também alega que forças de segurança governamentais só chegaram ao local cinco horas após o ocorrido.

No dia 4 de julho, pelo menos 320 pessoas também morreram num outro ataque atribuído ao OLA na localidade de Kelem Welega, região de Oromia. Além da violência existente, o país também encara um momento tenso da guerra no Tigré que se prolonga desde 2020, entre grupos armados da região norte da Etiópia e o governo federal.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.
FONTE: EBC

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