Pessoas que estão querendo emagrecer devem saber que a chave é o déficit calórico, ou seja, consumir menos calorias (através da alimentação) do que são gastas. Nesse contexto, a quantidade de atividade física feita por semana pode ajudar a perder peso à medida que remodela os hormônios do apetite.
É o que sugere um estudo publicado em 2020 na revista Medicine & Science in Sports & Exercise. A pesquisa aponta que para emagrecer é preciso gastar, pelo menos, três mil calorias extras por semana, o que significa malhar durante seis dias por quase uma hora, totalizando 300 minutos de treino por semana.
Como o estudo foi feito?
Os estudiosos reuniram um grupo de 44 homens e mulheres sedentários e com excesso de peso. Eles verificaram suas composições corporais e pediram que metade se exercitasse duas vezes por semana, durante pelo menos 90 minutos, até queimar cerca de 750 calorias por sessão (1.500 por semana).
Já a outra metade do grupo foi direcionada para se exercitar seis vezes por semana, por 40 a 60 minutos, queimando cerca de 500 calorias por sessão, totalizando 3.000 calorias por semana. Ambos os grupos poderiam fazer a atividade que mais lhe agradassem e usaram monitor de frequência cardíaca para rastrear seus esforços.
Após 12 semanas, todos retornaram ao laboratório, onde os pesquisadores revisaram as composições corporais, coletaram sangue e calcularam quantas calorias foram consumidas através da alimentação.
Treinar mais aumenta o apetite até certo ponto
Há evidências de que o exercício físico pode aumentar o apetite, fazendo com que as pessoas comam mais para compensar as calorias perdidas nas atividades. Porém, os resultados da pesquisa em questão indicam que isso acontece até certo ponto.
Após as 12 semanas, ambos os grupos compensaram cerca de mil calorias com a alimentação. Dessa forma, os que tinham gastado 1.500 calorias por semana no treino tiveram um déficit calórico de 500 calorias. Já entre os que gastaram 3.000 calorias, esse déficit foi de 2.000 calorias. Porém, o estudo observou que apenas as pessoas do segundo grupo tinham perdido peso de forma significativa.
Além disso, os pesquisadores descobriram que aqueles que queimaram cerca de três mil calorias por semana mostraram mudanças nos níveis de leptina, um hormônio capaz de reduzir o apetite, em seus corpos. Essas alterações sugerem que o exercício aumentou a sensibilidade dos praticantes ao hormônio, fazendo com que eles conseguissem controlar melhor a vontade de comer.
Com isso, os autores concluíram que a maioria das pessoas comerá mais ao fazer exercícios. Porém, para emagrecer, em teoria, é preciso se exercitar ainda mais para que o déficit calórico semanal seja maior do que mil calorias, o que pode ser obtido com 300 minutos de exercícios por semana.
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