Uma pesquisa que incluiu 149 crianças entre oito e nove anos da Grã-Bretanha, sendo que 105 delas eram neurotípicas, estudando em escolas regulares, e 44 frequentavam instituições para necessidades educacionais especiais, indicou que interação com cachorros promove o bem-estar do público infantil. Também foram recrutados 23 cachorros de diferentes raças, cada um com seu treinador.
As crianças foram divididas em três grupos. O primeiro passou cerca de 20 minutos com um cão treinado e seu treinador duas vezes por semana ao longo de um mês. Em cada sessão, as crianças que se sentissem à vontade poderiam acariciar o cão e, caso ambos estivessem dispostos, poderiam brincar juntos.
O segundo grupo foi submetido a sessões de relaxamento, também por 20 minutos, sem a presença de cachorros. Nos primeiros cinco minutos, as crianças mexiam os dedos das mãos e dos pés. Depois, por cerca de 10 minutos, sentavam em tapetes de ioga e praticavam meditação guiada. Nos cinco minutos finais, voltaram a mexer os dedos das mãos e dos pés.
O último grupo era composto por crianças que não passaram por nenhum tipo de tratamento e foram designadas como grupo de controle.
Redução do nível de cortisol
Para avaliar os resultados, os níveis de cortisol das crianças foram medidos antes e após o período de intervenção do estudo, que durou um mês. Para isso, os pesquisadores coletaram amostras de saliva de cada uma delas: três amostras foram coletadas três dias antes da intervenção, uma vez por dia, e outras três imediatamente após o término da intervenção.
O nível do hormônio do estresse diminuiu expressivamente entre as crianças neurotípicas que interagiram com os cães, individualmente ou em grupo, após a intervenção do estudo. Enquanto as crianças que necessitavam de educação especial se beneficiaram mais das intervenções em grupo com os cães.
Por outro lado, entre as crianças que passaram por tratamento de relaxamento, sem interagir com cães, os efeitos benéficos foram observados apenas naquelas que estudavam em escolas regulares. Por fim, o grupo de controle obteve um aumento no nível de cortisol.
Para os autores, a pesquisa evidencia que crianças em idade escolar que possuem contato com cães são menos estressadas, o que pode basear mudanças nas práticas educacionais e de políticas públicas orientadas para o bem-estar infantil.
Entretanto, os estudiosos destacam que são necessários mais estudos para investigar se sessões em grupo ou individuais são mais eficazes, quanto tempo cada sessão deve durar e se é necessário que as crianças toquem o cão ou apenas estejam na presença dele.
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