O reflexo econômico das ações para evitar novos surtos de Covid-19 na China ultrapassa em dez vezes o prejuízo causado pela onda inicial em Wuhan, no início de 2020, informou nesta segunda, 9, o economista Xu Jianguo, professor da Universidade de Pequim.
O prejuízo causado pelas interrupções na atividade econômica chega a 18 biliões de yuans, a moeda local, e afeta 160 milhões de pessoas, segundo Jianguo. Enquanto, no início da pandemia da doença houveram prejuízos de 1,7 bilhão de yuans e 13 milhões de pessoas foram atingidas.
O especialista alertou que é indagado se o país conseguirá alcançar a meta de crescimento econômico oficial de “cerca de 5,5%”, proposta para este ano, ou mesmo igualar o crescimento de 2,3% registrado em 2020.
A China continua a praticar política de tolerância zero à Covid-19, que abrange o isolamento de cidades inteiras e a realização de testes em massa, sempre que um surto é registrado.
O isolamento de Xangai, a capital financeira do país, e também de outros locais industriais como Changchun e Cantão, impactaram negativamente nos setores de serviços, manufatureiro e logístico.
Além disso, Pequim, Suzhou, Shenzhen, Dongguan, que também exercem um papel fundamental na cadeia industrial do país, foram afetadas por medidas parciais ou totais de confinamento este ano.
Outros economistas diminuíram as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2022. Segundo corporações empresariais estrangeiras, incluindo a Câmara de Comércio da União Europeia, o cenário atual do país o tornam menos atraente para investimentos.
Jianguo disse que as políticas de apoio fiscal e monetário são também menos eficazes em comparativo com as de 2020. As exportações e o setor imobiliário, os principais incitadores da recuperação econômica há dois anos, também perderam sua hegemonia.
O Banco Central da China reconheceu, nessa segunda, 9, que a economia nacional enfrenta intensa pressão e prometeu aumentaro apoio.
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