Croquis de Niemeyer ganham exposição

O Espaço Oscar Niemeyer recebe a exposição O Mestre e o Aprendiz: Oscar Niemeyer e Gervásio Cardoso. São 14 desenhos a lápis sobre papel-manteiga (entre originais e reproduções), estudos feitos por Niemeyer para a Praça dos Três Poderes. Esse material foi presenteado pelo arquiteto de Brasília ao então jovem desenhista que deixou Minas para seguir os passos do mestre. A exposição segue até 22 de maio, com visitação aberta ao público de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e sábados e domingos das 9 às 17h

O vínculo entre os dois, que trabalharam juntos por dez anos na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), estatal responsável pelo acompanhamento da obra, também será registrado em quadros artísticos do mineiro Gervásio Cardoso de Oliveira Filho sobre o trabalho de Niemeyer, documentos diversos, fotos e vídeos gravados pelo Arquivo Público do Distrito Federal.

“A nossa missão é pôr a memória de Brasília em movimento, e essa exposição é uma joia dentro das comemorações do aniversário de 62 anos de Brasília”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

Processo criativo
O arquiteto mineiro Gervásio Cardoso se emociona com a exposição sobre o vínculo entre ele e Niemeyer: “Fico feliz e lisonjeado, pois representa o reconhecimento de meu trabalho no planejamento e na construção da nova capital. O evento enfocará, em especial ,minha atuação como pioneiro e colaborador de Niemeyer, mas também divulgará uma série de desenhos de minha autoria sobre a obra dele em Brasília. É minha homenagem ao grande mestre”.

“Além dessa influência de ordem técnica, absorvi na minha convivência e observação diária das atitudes de Niemeyer, valores importantes para minha vida profissional, como generosidade, simplicidade e responsabilidade. Sou eternamente grato a ele pelo apoio prestado a mim no início e ao longo de minha vida profissional”, acrescenta Gervásio.

Menino de Minas
Gervásio nasceu em 1943 em Paineiras (MG), onde morou até 1952, quando se mudou para Patos de Minas. “Era a melhor cidade da região, para que pudéssemos estudar”, lembra. A família de 15 filhos, um deles adotado, tinha fazenda, negócio que três dos irmãos abraçaram. Ele, contudo, gostava de desenhar, influenciado pela irmã Therezinha, que tinha ateliê na cidade.

Alertado por uma professora de que Niemeyer – que detestava voar de avião – havia pernoitado em Patos de Minas a caminho de Brasília, Gervásio decidiu ir atrás dele e, em janeiro de 1960, três meses antes da inauguração da capital, apoiado pela família, desembarcou na cidade em obras.

Gervásio formou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB), sete anos mais tarde. O retrato, guarda até hoje e faz parte da exposição.

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