Pesquisa aponta que órgãos envelhecem de maneira distinta uns dos outros

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Genômica de Pequim (BGI) aponta que os órgãos do corpo podem não ter, necessariamente, a mesma idade biológica um do outro.

A pesquisa indica que os órgãos de uma pessoa podem envelhecer separadamente e terem idades bastante diferentes.

Publicada no periódico Cell Reports, o novo estudo avaliou as informações de 4.066 pessoas com idades entre 20 e 45 anos, que foram designadas a exames físicos e de imagem, e à coleta de amostras de materiais, como sangue e fezes.

Os cientistas acreditam que datar a idade biológica de diferentes partes do corpo pode ajudar a prever o início de uma doença com mais precisão e rapidez.

A idade de cada órgão
Por meio dos dados, os pesquisadores conseguiram determinar uma “idade” estimada para os rins, coração, fígado, hormônio sexual, pele e intestino dos voluntários.

No total, 403 características foram medidas, incluindo características do conjunto metabólico, bioquímicas, imunológicas e análises da atividade elétrica do cérebro. Também foram objeto de pesquisa as características de aptidão física, de composição corporal e do microbioma intestinal.

Os resultados foram divididos em nove categorias: intestino, coração, fitness, fígado, nutrição, pele, imunológico, renal (rim) e saúde hormonal sexual.

O estudo mostra que a idade biológica do sistema cardiovascular de um indivíduo foi a que mais se correlacionou com a idade cronológica da pessoa.

Enquanto isso, a idade biológica do microbioma intestinal mostrou ser o “laço mais fraco” com a idade cronológica. Já a idade biológica do fígado e os sistemas de hormônios sexuais oscilaram conforme o indivíduo, confirmando que partes distintas do corpo têm diferentes idades biológicas.

Idade biológica x idade cronológica
Os estudiosos também apontaram uma correlação forte entre os hormônios sexuais, a saúde renal e o sistema imunológico.

O nível geral de condicionamento físico também apresentou fortes correlações com a saúde do coração e do fígado e os níveis gerais de nutrição.

Já a saúde renal e a saúde intestinal foram a única correlação “negativa” apontada nos resultados obtidos, mostrando que quando uma pessoa tinha um intestino mais saudável, muitas vezes tinha um rim menos saudável e vice-versa.

Agora, o trabalho de Brian Kennedy na Universidade Nacional de Cingapura e seus colegas apoia a ideia de que os vários órgãos e sistemas do corpo podem envelhecer em taxas diferentes dentro do mesmo organismo.

Os responsáveis pelo estudo alegam que ainda não se sabe se há intervenções que podem desacelerar o processo de envelhecimento de um órgão ou sistema específico.

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