A confiança dos comerciantes brasileiros e o desejo de investir e contratar funcionários diminuíram, segundo pesquisa publicada nesta segunda, 21, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido mensalmente, teve queda de 1,3% neste mês em comparativo com fevereiro, fechando o primeiro trimestre do ano com baixa acumulada de 1,12%.
O Icec é composto pelos indicadores: condições atuais do empresário do comércio; expectativas do empresário do comércio; e intenções de investimento. A amostra conta com cerca de 6 mil empresas distribuídas em todas as capitais do país.
Neste mês, todos os índices apontaram oscilações negativas, principalmente o fator de condições atuais, que recuou 1,6%, enquanto expectativas e intenção de investimentos tiveram baixas de 1,2% e 1,1%, respectivamente.
A variação negativa mais expressiva entre todos os subíndices foi notada no grupo intenção de investimentos, com um declínio de 3,5% em contratação de funcionários. O subíndice das intenções de investir em estoques cresceu 1,2%, representando o único do grupo a ter uma variação positiva.
Inflação e guerra
O levantamento mostra as consequências da inflação persistente no país e a recente transmissão do aumento dos combustíveis a outros preços como elementos-chave que justificam o progresso da baixa confiança dos empresários. O conflito na Ucrânia também é um fator expressivo para o resultado, uma vez que gera um cenário de incertezas.
O economista da CNC responsável pela análise, Antonio Everton, explica que o fator sazonalidade também interferiu na atual situação. Todo início de ano, a chegada de impostos elevados (IPTU e IPVA), novos valores para condomínio e mensalidade escolar pesam nos orçamentos. Os juros reais por volta de 5% acima da inflação também pesam no custo da tomada do crédito.
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