O Dia Mundial do Sono é comemorado nesta sexta, 18, e é uma oportunidade para refletir sobre a relevância de uma boa e tranquila noite de sono para a saúde física e mental. Porém, hábitos supostamente inofensivos do cotidiano, como mexer no celular ou ver televisão na hora de dormir, podem roubar preciosas horas de sono e prejudicar a saúde.
Para a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), a data é um aviso acerca da necessidade do sono saudável para garantir qualidade de vida. A entidade ressalta que a má qualidade de sono pode interferir nas taxas de mortalidade e ser um fator para o desenvolvimento de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, síndrome metabólica, ansiedade, depressão, síndromes metabólicas.
“O sono é parte integrante do nosso processo fisiológico. Precisamos dormir bem para restaurar a energia gasta em um dia todo de trabalho, para consolidar nossa memória”, afirma o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da entidade, Danilo Sguillar.
O estudo feito pela Associação Brasileira do Sono aponta que a sociedade está dormindo menos nos últimos anos. Em 2018, a média foi de 6 horas e 36 minutos, e, em 2019, caiu para 6 horas e 24 minutos.
Sguillar lembra que ronco e insônia também são sinais de distúrbios do sono. O especialista destaca ainda a apneia obstrutiva do sono, caracterizada pela obstrução completa ou parcial do fluxo de ar nas vias respiratórias, enquanto a pessoa dorme.
A apneia faz com que a pessoa ronque alto ou faça ruídos sufocantes enquanto tenta respirar, uma vez que o corpo está privado de oxigênio. Quando não tratada, torna-se um problema de alto risco para o aparecimento de hipertensão arterial, doenças cardíacas e diabetes tipo 2, entre outras.
A Associação lançou uma campanha, com camisas, cartazes e postagens em redes sociais. O tema da campanha, Ronco Não É Piada, busca conscientizar a sociedade de que esse distúrbio precisa ser levado a sério.
“Ronco é um sintoma muito frequente na maioria dos lares e, muitas vezes, é tido como chacota, como brincadeira. As pessoas se esquecem de que esse sintoma pode estar relacionado à uma importante patologia que é a apneia obstrutiva do sono”, alertou Sguillar.
Uma pesquisa divulgada em 2018 na revista científica The Lancet estimou que mais de 936 milhões de pessoas têm apneia obstrutiva do sono no mundo. O número é quase 10 vezes maior do que a estimativa da Organização Mundial da Saúde em 2007, de mais de 100 milhões de pessoas com a doença.
Prevalência
O infortúnio é mais comum entre pessoas do sexo masculino, a partir dos 50 anos de idade, com obesidade e alterações faciais, como o queixo mais recuado, língua volumosa, amígdalas aumentadas e desvios de septo nasal.
Criado pela World Sleep Foundation, o Dia Mundial do Sono, é lembrado como oportunidade para comemorar a importância do sono e alertar o mundo sobre problemas de saúde que tenham vínculo com o sono, desde a saúde até aspectos sociais ou educacionais.
A data é móvel e ocorre sempre na última sexta-feira antes do equinócio de outono, para o Hemisfério Sul, e o de primavera para o Hemisfério Norte.
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