A revista científica British Medical Journal (BMJ) publicou nesta quarta, 16, uma pesquisa indicando que pessoas que se recuperaram da Covid-19 possuem maior probabilidade (60%) de sofrer problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Pessoas que não foram internadas também estão suscetíveis a serem atingidas por infortúnios de saúde mental semanas ou meses após a fase aguda da doença, de acordo com o estudo, coordenado pela Universidade Washington em St. Louis, nos Estados Unidos.
Os dados apontam que, em relação aos não infectados, as pessoas que tiveram a doença foram 35% mais propensas a ter transtornos de ansiedade e quase 40% a sofrer de depressão ou transtornos relacionados ao humor e ao stress, que podem afetar o comportamento e as emoções.
Isso coincidiu com o aumento na taxa de uso de antidepressivos para 55% e 65% na utilização de benzodiazepínicos para ansiedade.
As pessoas eram também 41% mais propensas a ter distúrbios do sono, 80% a ter o que se conhece como névoa cerebral e 46% a pensamentos suicidas.
Em comparativo com quem não teve a doença, as pessoas recuperadas têm 34% mais chances de desenvolver transtornos pelo uso de opióides e 20% pelo uso de substâncias relacionadas ao álcool ou drogas ilícitas.
Ziyad Al-Aly, principal autor da pesquisa, notou que os resultados indicam ligação específica entre o SARS-Cov-2 e os transtornos mentais.
Segundo ele, as infecções por coronavírus podem ter cooperado para o surgimento de mais de 14,8 milhões de novos casos de distúrbios de saúde mental em todo o mundo e 2,8 milhões nos Estados Unidos.
A equipe usou registros de um banco de dados operado pelo maior sistema integrado de saúde dos Estados Unidos. A avaliação reuniu prontuários de quase 154 mil pacientes que testaram positivo para a doença, entre março de 2020 e janeiro de 2021.
Os pesquisadores fizeram comparações da saúde desses pacientes com os dados de mais 11 milhões de pessoas que não contraíram a doença.
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