Pesquisa aponta que Zika Vírus pode auxiliar no tratamento de tumores cerebrais

Uma pesquisa ainda em desenvolvimento promovida pelo CEGH-CEL (Centro de Estudo sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo), apura a possibilidade do zika vírus ser utilizado no tratamento de tumores agressivos que afetam o sistema nervoso central.

Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti (mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunya), o patogênico foi espressivamente discutido no Brasil entre 2015 e 2016 depois de gerar um surto de microcefalia, condição neurológica que modifica o tamanho do cérebro em bebês nascidos de mães infectadas com a doença durante a gestação.

A proposta de utilizar o vírus para tratar tumores cerebrais veio após os cientistas observarem o comportamento do patogênico, que demonstrou ter preferência pelas células progenitoras neurais dos fetos, partícula bastante parecida com os tecidos celulares provocados pelo câncer.

Fases do estudo
O estudo teve início em 2017, e os testes eram feitos in vitro, onde cepas do vírus foram associadas com uma linhagem de células tumorais. Depois de três dias, o patogênico apresentou aptidão para eliminar todas as partículas dos tumores.

Já a segunda parte do projeto foi realizada com estudos pré-clínicos em camundongos, todos portadores de tumores humanos no cérebro. Entre os 29 animais utilizados na pesquisa, 20 apresentaram diminuição significativa dos tumores, enquanto sete foram curados completamente num período de duas a quatro semanas de tratamento.

A terceira fase começou em 2020, quando três cães com câncer cerebral espontâneo e em estágio avançado receberam a aplicação de injeções com pequenas quantidades do vírus. Os resultados apresentaram redução em até 5 cm³, além de todos os cachorros apresentarem melhora na qualidade de vida. Porém, após algum tempo, houve uma regressão no quadro dos animais justificada pela gravidade dos tumores.

Os pesquisadores esperam conseguir ajuda monetária por meio de um financiamento coletivo on-line, além da autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que as testagens em humanos possam ser realizadas.

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