Por que é difícil encontrar um médico dermatologista especialista em peles negras?

Assim como as condições genéticas, a ancestralidade também é um fator que influencia bastante a aparência da pele. Pessoas com ascendência indígena, por exemplo, têm menos tendência a apresentarem estrias ou crescimento de pelos, enquanto a pele asiática é conhecida pela sua resistência ao aparecimento de rugas.

No caso da pele negra, que possui uma diversidade extrema de tonalidades, as principais características variam conforme seus subtons e quantidade de melanina produzida pelo organismo. Entretanto, o mais comum é que pessoas negras apresentem a pele do rosto oleosa, enquanto a do corpo é mais seca, exigindo cuidados específicos na hora da hidratação.

Apesar de ser fundamental que o dermatologista saiba lidar com as especificidades dessa pele, entendendo a influência do DNA ao propor tratamentos e cuidados, nem sempre essa é a realidade.

Falta de conhecimento sobre a pele negra
A não familiaridade de profissionais em relação à pele negra pode ser demonstrada de diferentes maneiras. Um problema constante é a falta de discussões sobre a pele negra durante convenções e eventos dermatológicos. Segundo Katleen Conceição, médica dermatologista, os cuidados com a pele de diferentes etnias não são um assunto frequentemente debatido entre profissionais.

A pouca quantidade de médicos negros no Brasil pode ser uma das possíveis causas desse problema social. Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2018, aponta que apenas 18% dos médicos brasileiros se declararam negros. Porém, há também o debate de que a iniciativa de conhecer as características de cada etnia nem sempre precisa partir de pessoas pertencentes aos grupos raciais minoritários.

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