Muitos brasileiros moradores de municípios vulneráveis do Brasil precisam se deslocar para outras localidades, a fim de obter atendimento hospitalar. Esses resultados parciais foram apresentados pelo estudo Análise dos Fluxos para Internações da População Residente em Municípios Vulneráveis: padrões e consequências da pandemia, divulgado nesta semana.
O trabalho avalia os fluxos para internação hospitalar de moradores de 1.314 municípios, que concentravam 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza, segundo o Censo 2010, a partir dos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS/DataSUS). O plano teve o auxílio do Programa Inova Fiocruz.
Avaliando o processo das internações no município de residência em relação aos vários grupos de procedimentos, os valores variaram de acordo com a complexidade, de 63,6% (para internações clínicas) a 7% (internações oncológicas). Já nas grandes regiões, “cerca de 30-40% das internações de residentes feitas fora do município de residência tiveram como destino outro município da mesma região de saúde, com exceção da Região Sul, com um único município com 20% ou mais da população em situação de extrema pobreza”.
Os balanços realizados mostram que a maioria das internações oncológicas foram atendidas em outras regiões de saúde (74,2%).
Os procedimentos menos complexos, como parto normal e internações clínicas, têm percentuais de realização da internação no município de residência mais elevados (respectivamente, 53,9% e 63,6%).
A população dos estados como Amazonas (40,2%), Goiás (54,5%), Rio Grande do Norte (60,7%) e Sergipe (65,6%), procuram ajuda em outras regiões de saúde, indicando pouca efetividade do processo de regionalização.
Os resultados da pesquisa podem ser objeto para auxiliar no planejamento da alocação de recursos físicos e humanos em saúde, para atender às necessidades da população.
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