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O custo da cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em janeiro. Salvador registrou a maior alta, com 6,22%, seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Em contrapartida, Porto Alegre, Vitória, Campo Grande e Florianópolis apresentaram redução no valor médio dos alimentos. São Paulo teve a cesta mais cara do país, cotada em R$ 851,82, o que representa 60% do salário mínimo vigente de R$ 1.518.
Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.156,15, valor 4,76 vezes maior que o atual. A inflação acumulada em 12 meses, de 4,8%, impactou diretamente os preços, especialmente do café em pó, que subiu em todas as capitais pesquisadas, e do pão francês, afetado pela menor oferta de trigo e pelo câmbio desfavorável. O tomate também teve alta significativa em algumas cidades, como Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, devido às chuvas.
Apesar da alta nos preços, alguns itens ajudaram a conter um reajuste ainda maior. A batata teve redução em todas as capitais no último ano, assim como o leite integral, que caiu em 12 cidades em dezembro. Além disso, a oferta maior de arroz agulhinha e feijão preto contribuiu para a queda dos preços desses produtos nos últimos meses. O levantamento reforça a preocupação com o impacto do custo dos alimentos na renda dos brasileiros, cuja média salarial foi de R$ 3.279 em outubro de 2024, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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