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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, determinou nesta quinta, 6, que o Exército elabore um plano para permitir a “saída voluntária” dos moradores de Gaza. A medida foi anunciada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que pretende reassentar mais de 2 milhões de palestinos e transformar o território na “Riviera do Oriente Médio”, declaração que gerou ampla condenação internacional. Katz defendeu que a migração dos palestinos deve ser uma opção viável e sugeriu que países críticos às ações militares de Israel, como Espanha, Irlanda e Noruega, acolham os refugiados.
A proposta israelense foi duramente criticada pelo Hamas e por líderes internacionais. Basem Naim, representante do grupo palestino, acusou Israel de tentar encobrir o fracasso de sua ofensiva militar. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, reforçou que “a terra dos habitantes de Gaza é Gaza”, e a Arábia Saudita, a Jordânia e outros países árabes rejeitaram qualquer tentativa de deslocamento forçado. O Egito teme que a medida enfraqueça ainda mais as negociações para uma solução de dois Estados, ideia que prevê a criação de um Estado palestino ao lado de Israel.
O anúncio de Trump, feito em meio às negociações para um possível cessar-fogo entre Israel e Hamas, ampliou as tensões. Rússia, China e Alemanha condenaram a proposta, alegando que ela intensificaria o sofrimento dos palestinos. Há 16 meses em guerra, Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, com dezenas de milhares de mortos e deslocamentos forçados da população. Muitos palestinos temem um novo êxodo semelhante à Nakba de 1948, quando centenas de milhares foram expulsos de suas terras após a criação do Estado de Israel.
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