O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assume nesta sexta, 10, seu terceiro mandato no Palácio de Miraflores, em Caracas, prometendo permanecer no cargo até 10 de janeiro de 2031. A cerimônia ocorre em um ambiente de forte contestação internacional e tensões internas. Governos como os dos Estados Unidos, Canadá e União Europeia acusam Maduro de fraudar as eleições de 28 de julho de 2024. Mesmo aliados regionais, como Brasil e Colômbia, manifestaram críticas à falta de transparência no pleito, mas enviaram representantes diplomáticos à posse.
Na véspera da cerimônia, manifestações de opositores liderados por Maria Corina Machado foram registradas em várias cidades do país, com pedidos para que Edmundo González, adversário de Maduro, assuma a presidência. Embora boatos sobre a prisão de Machado tenham sido desmentidos, os protestos ampliaram o clima de instabilidade. Simultaneamente, atos pró-governo em Caracas demonstraram apoio ao chavismo e à chamada Revolução Bolivariana, iniciada em 1999 por Hugo Chávez.
Como primeira medida do novo mandato, Maduro anunciou a criação de uma comissão para propor uma reforma constitucional que consolidaria o “Estado comunal”, ideia concebida por Chávez. O objetivo, segundo Maduro, é democratizar o país e definir um modelo de desenvolvimento para os próximos 30 anos. A reforma será debatida na Assembleia Nacional, de maioria governista, e submetida a referendo popular até o final do ano.
Enquanto isso, o opositor Edmundo González intensifica sua campanha internacional contra Maduro, acusando-o de usurpar a presidência. Exilado na Espanha, González pediu apoio de governos estrangeiros e militares venezuelanos para impedir a posse. O governo de Maduro, por sua vez, reagiu com prisões de líderes opositores e acusações de tentativas de golpe de Estado, incluindo a detenção do ex-candidato Enrique Márquez. O cenário reflete uma Venezuela polarizada, marcada por incertezas e desconfianças tanto internas quanto externas.
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