Três dias antes da posse de Nicolás Maduro na Venezuela, o ex-candidato à presidência Enrique Márquez, do partido Centrados, foi detido sob acusação de tentativa de golpe de Estado. O governo afirma que Márquez articulava uma posse paralela para o opositor Edmundo González em uma embaixada venezuelana no exterior. Sua esposa, Sonia Lugo de Márquez, denunciou a prisão como uma tentativa de silenciar opositores: “Meu marido foi sequestrado por grupos paramilitares que querem intimidar quem sonha com um país melhor”.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, acusou Márquez de liderar a formação de um governo paralelo, classificando a iniciativa como parte de um plano para desestabilizar o país. Paralelamente, líderes do partido opositor Copei repudiaram qualquer tentativa de criar uma administração interina, destacando que isso deslegitima as instituições venezuelanas. Edmundo González, principal opositor e candidato da Plataforma Unitária, acusa Maduro de fraudar as eleições de 2024 e prometeu retornar ao país antes da posse, marcada para esta sexta, 10.
A prisão de Márquez gerou repercussão internacional. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou a detenção e anunciou que não comparecerá à cerimônia de posse de Maduro. Ele mencionou ainda a prisão de Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público, que segue desaparecido. Apesar das críticas, Petro reforçou que a Colômbia não romperá relações com a Venezuela, mas pediu respeito aos direitos humanos.
A crise eleitoral venezuelana segue gerando tensões. Enquanto a oposição e observadores internacionais denunciam a falta de transparência no processo eleitoral, o governo Maduro sustenta que as eleições foram ratificadas pelo Conselho Nacional Eleitoral e pelo Tribunal Supremo de Justiça. Desde a votação, protestos deixaram dezenas de mortos e milhares de presos, dos quais mais de 1,5 mil foram libertados recentemente.
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