O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta, 9, a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses, com o objetivo de intensificar o monitoramento e ampliar ações de vigilância e controle em todo o país. A medida integra um esforço conjunto entre estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios, visando uma resposta coordenada à crescente incidência dessas doenças. Além disso, foi lançado o Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, que revisa a versão anterior, de 2022, e busca fortalecer estratégias de prevenção e resposta às epidemias.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da prevenção e do engajamento da população. “Prevenir é sempre melhor do que remediar, e isso inclui ações simples, como dedicar 10 minutos por semana para eliminar possíveis criadouros do mosquito”, afirmou. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, alertou para o aumento de 303% nos casos em 2024 e reforçou a necessidade de medidas rápidas e coordenadas, incluindo a capacitação de profissionais e a revisão do Plano de Contingência.
Entre as iniciativas tecnológicas, o Ministério da Saúde ampliará o uso da tecnologia Wolbachia, que será implementada em 44 novas cidades, e de insetos estéreis, já utilizados em comunidades indígenas e áreas de preservação ambiental. Também estão em execução medidas como a instalação de 150 mil estações disseminadoras de larvicidas e a borrifação residual intradomiciliar. No Distrito Federal, cerca de 3 mil estações estão sendo instaladas no Sol Nascente, com previsão de expansão para outras regiões periféricas.
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, conforme dados do Ministério da Saúde. Para 2025, já foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão sob investigação. Com 61,8% dos casos concentrados no Sudeste, o governo reforça que a principal estratégia continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, em conjunto com campanhas educativas e a distribuição de mais de 3 milhões de testes diagnósticos e 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue, cuja aplicação será intensificada ao longo do ano.
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