Anistia Internacional classifica ações de Israel em Gaza como genocídio

A Anistia Internacional, uma das maiores organizações de direitos humanos do mundo, classificou como genocídio as ações do governo de Israel na Faixa de Gaza, em um relatório divulgado nesta quinta, 5. O estudo de quase 300 páginas, que aborda os acontecimentos entre 7 de outubro de 2023 e julho de 2024, aponta o bloqueio de ajuda humanitária, massacres de civis e a destruição massiva da infraestrutura de Gaza como provas de uma intenção deliberada de exterminar a população palestina. A organização acusou Israel de cometer crimes como tortura, detenção arbitrária e ataques indiscriminados.

A Anistia Internacional afirmou que atos como o assassinato de civis, a destruição de residências e a imposição de condições desumanas de vida configuram uma tentativa de aniquilação parcial do povo palestino, como definido pelo crime de genocídio. Para Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, os atos de Israel têm “intenção incontestável” de destruir os palestinos de Gaza. Ela destacou que as graves denúncias de assassinatos e danos físicos e psicológicos à população palestina devem mobilizar a comunidade internacional a exigir o fim das violações.

O relatório, que se baseia em entrevistas com 212 pessoas, incluindo vítimas e testemunhas de Gaza, também analisou imagens de satélite e declarações oficiais israelenses. A organização descreveu a destruição em Gaza como sem precedentes, com mais de 60% das residências danificadas ou destruídas até janeiro de 2024, afetando mais de um milhão de pessoas. A Anistia ressalta que, apesar das justificativas apresentadas por Israel sobre a necessidade de combater o Hamas, o governo israelense não tomou medidas adequadas para proteger os civis, o que reforça a acusação de genocídio.

Em resposta, o governo israelense rejeitou as acusações e alegou que as denúncias são uma distorção da realidade, com o advogado de Israel, Tal Becker, afirmando que a acusação de genocídio é uma tentativa de deslegitimar o direito de Israel de se defender dos ataques do Hamas. O país argumenta que as ações militares visam combater o terrorismo e resgatar reféns, e que não há intenção de atingir civis palestinos.

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