O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta, 27, que espera assinar o aguardado acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ainda este ano. O anúncio foi feito durante o Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, em meio a críticas vindas da França sobre os padrões de produção brasileiros. Lula destacou que o acordo, negociado desde 1999, não será condicionado pela resistência francesa e que a Comissão Europeia tem autonomia para conduzir as tratativas.
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia”, declarou Lula, reforçando sua intenção de concluir a negociação que inclui questões tarifárias, regulatórias e sanitárias. O presidente também criticou recentes declarações de parlamentares franceses e de Alexandre Bompard, presidente do Carrefour na França, que havia questionado a qualidade da carne brasileira. Após a repercussão negativa, Bompard pediu desculpas e elogiou os produtos brasileiros.
O presidente aproveitou a ocasião para ressaltar sua visão de ampliar a inserção do Brasil no mercado global. Durante o evento, destacou a importância de explorar parcerias estratégicas, como o recente acordo tecnológico firmado com a China, e anunciou planos para fortalecer laços comerciais com a Índia. “O próximo passo é a Índia, para aproveitarmos mercados ascendentes e inovadores, colocando a indústria brasileira no cenário global”, afirmou Lula.
Na próxima semana, Lula estará na Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, onde o tratado de livre comércio entre os dois blocos pode ser anunciado. O acordo busca eliminar barreiras tarifárias e facilitar o comércio entre os países, sendo visto como um marco para a integração econômica e a expansão das exportações brasileiras.
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