A capital haitiana, Porto Príncipe, vive um agravamento da crise de violência, com pelo menos 150 mortes registradas em uma única semana, entre os dias 11 e 18 de novembro. Dados divulgados pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, indicam ainda que 92 pessoas ficaram feridas e cerca de 20 mil foram forçadas a deixar suas casas. Desde o início de 2024, os números são alarmantes: mais de 4.500 mortes e 700 mil deslocados, metade deles crianças. A ONU alerta que o balanço pode ser ainda maior.
O novo primeiro-ministro haitiano, Alix Didier Fils-Aimé, empossado recentemente, prometeu priorizar a segurança no país, que enfrenta instabilidade política e ausência de eleições desde 2016. No entanto, cerca de 80% de Porto Príncipe permanece sob o controle de gangues armadas, responsáveis por assassinatos, sequestros, roubos e outras atrocidades. Em uma tentativa de reação, as autoridades locais anunciaram na última terça, 19, a morte de 28 integrantes de gangues durante uma operação policial.
Volker Türk chamou atenção para o impacto devastador sobre os civis e pediu ações concretas para combater a violência e restaurar o Estado de direito. “O Haiti não pode afundar ainda mais no caos”, afirmou o comissário. Apesar da presença de uma força internacional liderada pelo Quênia, a situação segue crítica, sendo um prenúncio de que o cenário pode se agravar ainda mais.
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