A Polícia Federal abriu investigação sobre o incêndio que destruiu, nesse último domingo, 17, a casa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, em Rio do Sul (SC). Francisco morreu na última quarta, 13, após detonar explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O incêndio, que deixou uma mulher gravemente ferida com queimaduras em 100% do corpo, está sob análise do Corpo de Bombeiros, e o laudo pericial deve ser concluído em até 30 dias.
O atentado ocorrido em Brasília, que incluiu explosivos lançados contra a escultura A Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), é tratado pela PF como ato terrorista. Francisco, que tentou ingressar no prédio da Corte com explosivos, foi impedido por seguranças antes de acionar os artefatos em seu próprio corpo. Buscas realizadas em sua hospedagem, em Ceilândia, e em um carro próximo à Câmara dos Deputados revelaram mais explosivos, ampliando o escopo da investigação para apurar eventuais apoiadores.
Francisco, de 59 anos, tinha histórico de obsessão política, segundo familiares, e participou de acampamentos contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi candidato a vereador em 2020 pelo PL em sua cidade natal, no Alto Vale do Itajaí. Para o ministro do STF Alexandre de Moraes, o atentado reflete a polarização política no Brasil e as ações de desinformação promovidas pelo chamado “gabinete do ódio”. Luís Roberto Barroso, presidente do STF, também destacou a necessidade de responsabilizar quem ameaça a democracia.
O ministro Alexandre de Moraes será o relator do inquérito, conforme decisão de Barroso, devido à conexão com as investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A PF continua apurando se o atentado foi realizado de forma isolada ou com apoio, enquanto os desdobramentos do incêndio em Santa Catarina levantam novas questões sobre o impacto do caso.
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