O número de pedidos de recuperação judicial no Brasil cresceu 44,1% em setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2023, saltando de 136 para 196 solicitações, conforme dados da Serasa Experian. O aumento reflete uma crise que atinge empresas de diversos setores, como serviços, comércio e indústria, pressionadas por fatores como inflação, juros altos e dificuldades no acesso ao crédito.
Para o advogado Luís Guilherme Lima, especialista em direito bancário, o cenário é resultado de uma forte pressão econômica. “A alta de 44% nos pedidos de recuperação judicial não é por acaso. Muitas dessas empresas ainda sofrem as consequências da pandemia, com dívidas assumidas na época e dificuldades em manter o fluxo de caixa. Em setores como o automotivo, vemos um claro descompasso entre a projeção de demanda e a realidade econômica”, aponta Lima.
A recuperação judicial, conhecida também como “gestão de passivos bancários”, surge como uma alternativa para que empresas evitem a falência e consigam se reestruturar financeiramente. Segundo Lima, o processo permite que as empresas continuem operando enquanto renegociam suas dívidas, preservando empregos e buscando uma retomada sustentável. “Esse aumento de 44% é um alerta sobre as dificuldades econômicas e a importância de estratégias de recuperação bem estruturadas. Para muitas empresas, a recuperação judicial não é apenas uma solução emergencial, mas uma oportunidade de recomeço para se reerguerem de forma sustentável”, conclui o advogado.
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