O parlamento israelense aprovou, nessa última segunda, 28, projetos de lei que limitam as operações da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) em Israel, decisão que pode afetar significativamente o trabalho da entidade nos territórios palestinos ocupados. A UNRWA, que atua na região há sete décadas, fornece serviços essenciais de educação, saúde e assistência humanitária a refugiados palestinos, empregando cerca de 20 mil pessoas. A legislação aprovada pelo Knesset impede o contato das autoridades israelenses com a agência, dificultando suas operações na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, criticou a medida, destacando que ela viola a Carta da ONU e as obrigações de Israel perante o direito internacional. Lazzarini alertou que a decisão vai aprofundar o sofrimento dos palestinos, especialmente em Gaza, onde mais de 650 mil crianças podem ser privadas de educação. Ele afirmou que as novas leis israelenses equivalem a uma “punição coletiva” e que o status de refugiado dos palestinos é protegido por resoluções da ONU, não podendo ser invalidado.
A medida também provocou reações de países aliados de Israel, como Canadá, França e Reino Unido, que manifestaram “grave preocupação” com as consequências humanitárias. Em nota, esses governos alertaram que a restrição ao trabalho da UNRWA compromete a assistência humanitária e os serviços básicos na região, e apelaram para que Israel mantenha as garantias e privilégios da agência intactos para garantir a prestação de ajuda desimpedida. A União Europeia também se posicionou, enfatizando que todas as agências da ONU representam a ordem internacional baseada em regras, que devem ser respeitadas por seus Estados-membros.
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