As alterações climáticas intensificaram em cerca de 10% as chuvas e ventos do Furacão Helene, que deixou pelo menos 234 mortos nos Estados Unidos no final de setembro, segundo um estudo publicado nesta quarta, 9. A pesquisa, realizada pela rede World Weather Attribution (WWA), enfatiza que, embora esse percentual possa parecer baixo, pequenas alterações nas condições climáticas podem resultar em grandes impactos e danos.
Os cientistas envolvidos na pesquisa revelaram que os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global, tornaram a ocorrência de furacões como o Helene 2,5 vezes mais provável no sudeste dos Estados Unidos. O estudo concluiu que, em vez de serem esperados a cada 130 anos, esses eventos agora podem ocorrer em média a cada 53 anos. Os pesquisadores analisaram aspectos como precipitação, ventos e temperatura da água no Golfo do México, fundamentais para a formação de furacões.
“Todos os aspectos desse evento foram amplificados pelas alterações climáticas em vários graus”, afirmou Ben Clarke, coautor do estudo e pesquisador do Imperial College London. Ele alertou que, se a queima de combustíveis fósseis continuar, os Estados Unidos enfrentarão furacões ainda mais destrutivos no futuro. Além disso, os autores destacaram que os riscos associados a esses eventos extremos estão se expandindo além das zonas costeiras.
A publicação do estudo coincide com a preparação da Flórida para a chegada do Furacão Milton, atualmente classificado como categoria 5, com ventos máximos de 270 km/h. O presidente Joe Biden alertou que Milton pode ser “a pior tempestade na Flórida em um século”, enquanto o sudeste dos EUA ainda se recupera dos danos causados pelo Helene, que resultaram em inundações significativas em vários estados.
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