O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com a inflação dos alimentos, causada pelo prolongamento da seca no país. Em declaração nessa última quarta, 11, ele afirmou que o aumento dos preços preocupa “um pouquinho”, mas ressaltou que a alta de juros pelo Banco Central (BC) não é a solução para esse tipo de inflação. “A inflação advinda desse fenômeno não se resolve com juros. Juros são outra coisa”, disse o ministro, destacando que a pressão sobre os alimentos e a energia está diretamente ligada ao clima.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá para definir a taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano. O mercado financeiro projeta uma elevação de 0,25 ponto percentual para conter a pressão inflacionária causada pela alta do dólar e o aquecimento do mercado de trabalho. Haddad elogiou o trabalho técnico do Banco Central e afirmou que o governo aguardará a decisão do Copom, a primeira desde a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do BC no próximo ano.
O anúncio de que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou deflação de 0,02% em agosto reduziu as expectativas de um aumento mais acentuado da Selic. Essa foi a primeira queda desde junho do ano passado, influenciada principalmente pela redução no preço da energia. No entanto, especialistas alertam que o impacto da bandeira vermelha na conta de luz poderá pressionar a inflação nos próximos meses.
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