Conselho de Ética aprova cassação de Chiquinho Brazão por morte de Marielle Franco

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nessa última quarta, 28, o parecer que pede a cassação do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RS), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi tomada por 15 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção. A defesa do deputado tem cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e o parecer ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Casa para que a cassação se concretize.

A relatora do caso, deputada Jack Rocha (PT-ES), argumentou que a acusação contra Brazão é “verossímil e sustentada por evidências significativas”, destacando que o relatório da Polícia Federal expõe um “quadro perturbador de corrupção e crime organizado” nas supostas relações da família Brazão com milícias no Rio de Janeiro. Rocha defendeu a cassação como uma medida necessária para preservar a “honra coletiva” do Parlamento, ressaltando que a presença de um parlamentar acusado de tais crimes compromete a legitimidade da Câmara dos Deputados.

Durante a sessão, o deputado Chiquinho Brazão, que se encontra preso, falou por videoconferência e voltou a negar as acusações, afirmando que tinha uma boa relação com Marielle Franco e que não possui vínculos com milícias. Seu advogado, Cleber Lopes, pediu a suspensão do processo por seis meses, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a denúncia contra Brazão, argumentando que a investigação não conseguiu provar os vínculos do parlamentar com milícias ou com outros envolvidos no crime.

O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes em março de 2018, no centro do Rio de Janeiro, chocou o país e gerou uma investigação complexa com várias reviravoltas. Além de Chiquinho Brazão, também foram denunciados como mandantes do crime seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o ex-chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa. A denúncia aponta que Marielle foi assassinada por contrariar interesses políticos e econômicos de Brazão na zona oeste do Rio, onde ela defendia a regularização fundiária para moradia popular.

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