A tragédia climática no Rio Grande do Sul (RS) pode representar perdas de até R$ 58 bilhões no estado e de R$ 38,9 bilhões em outras regiões do Brasil, impactando a economia nacional em cerca de R$ 97 bilhões este ano. Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o desastre pode atingir 9,86% do Produto Interno Bruto (PIB) do RS, refletindo uma redução de até 1% no PIB do país.
No mercado de trabalho, as enchentes podem causar a perda de 195 mil empregos no RS e 110 mil em outras unidades da federação, totalizando 7,19% do estoque de empregos formais no estado e 0,69% no Brasil. O estudo da CNC alerta que, além da atividade econômica, a tragédia impactará a inflação e a dinâmica fiscal nacional. O comércio, serviços e turismo sofrerão duramente caso medidas mitigatórias não sejam implantadas de maneira efetiva.
A CNC estima que a perda diária do comércio chegue a R$ 5 bilhões, representando 31,5% do previsto para maio. No turismo, os prejuízos diários podem ultrapassar R$ 49 milhões, acumulando até R$ 2 bilhões até junho e podendo alcançar R$ 6 bilhões no ano. A infraestrutura de transporte, crucial para o estado, também enfrenta riscos significativos, com a interrupção do fluxo de turistas devido ao fechamento do aeroporto de Porto Alegre e rodovias afetadas.
Para a reconstrução econômica do estado, a CNC propõe medidas complementares ao pacote de apoio do governo federal, avaliado em R$ 46,1 bilhões. As ações sugeridas incluem a redução da jornada de trabalho e salários, a suspensão temporária de contratos com compensação financeira, a flexibilização do trabalho remoto, a antecipação de férias e a utilização de bancos de horas. Na área de crédito, a entidade destaca a necessidade de um programa para pagamento de folha salarial e renegociação de dívidas tributárias, visando orientar a retomada econômica do Rio Grande do Sul e minimizar os impactos negativos da tragédia climática.
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