A taxação internacional das grandes fortunas, uma das prioridades da presidência brasileira no G20, está avançando nas negociações para se tornar tema exclusivo de uma declaração a ser aprovada pelos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais, que se reunirão no Rio de Janeiro nos dias 25 e 26 de julho. A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixadora Tatiana Rosito, coordena a Trilha de Finanças do G20, e ressaltou a importância de buscar consenso para que uma declaração formal seja encaminhada às autoridades no final da semana.
Tatiana Rosito informou que o grupo deve emitir três declarações formais: uma exclusiva sobre cooperação tributária internacional, que inclui a taxação de grandes fortunas; outra abrangendo temas como bancos multilaterais, arquitetura financeira internacional, fluxo de capitais e clima; e uma terceira com linguagem geopolítica. Ela destacou que, embora ainda sejam necessárias mais horas de negociação para encontrar consensos, as conversas estão progredindo bem, refletindo a centralidade do tema para a presidência brasileira no G20, evidenciada nos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A proposta de taxação dos super-ricos, segundo cálculos do economista francês Gabriel Zucman, afetaria apenas 3 mil indivíduos globalmente, dos quais cerca de 100 estão na América Latina, com um potencial de arrecadação de aproximadamente US$ 250 bilhões anuais. Rosito manifestou confiança na emissão das declarações, ao contrário do encontro anterior da Trilha de Finanças do G20 em fevereiro, onde não houve consenso. A postura adotada pela presidência brasileira para emitir uma declaração separada chamada “Comunicado”, tratando de temas geopolíticos, busca evitar que divergências impeçam a emissão de documentos consensuais.
Seja o primeiro a comentar