O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou duramente os planos anunciados pelos militares nesse último domingo, 16, que preveem pausas táticas diárias nos combates ao longo de uma das principais estradas de Gaza para facilitar a entrega de ajuda ao enclave palestino. Os militares informaram que as pausas ocorreriam das 5h às 16h (hora local) na área do cruzamento de Kerem Shalom até a estrada de Salah al-Din e depois em direção ao norte, enquanto operações normais continuariam em Rafah, foco principal da operação no sul de Gaza.
A crítica de Netanyahu aumenta as tensões políticas sobre a questão da ajuda a Gaza, onde organizações internacionais alertam sobre uma crescente crise humanitária. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que lidera um dos partidos religiosos nacionalistas da coalizão governista, denunciou a ideia de uma pausa tática, afirmando que quem tomou essa decisão “deveria perder o emprego”. Este episódio é mais um na série de confrontos entre membros da coalizão e os militares sobre a condução da guerra, que já dura nove meses.
Apesar da crescente pressão internacional por um cessar-fogo, um acordo ainda parece distante. Desde o ataque de combatentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro, a campanha militar israelense resultou na morte de mais de 37 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, e na destruição de grande parte de Gaza. Enquanto a maioria dos israelenses apoia o objetivo do governo de destruir o Hamas, há protestos generalizados contra a falta de ações do governo para trazer de volta cerca de 120 reféns mantidos em Gaza desde o início do conflito. Além disso, os combates na fronteira entre Israel e o Líbano ameaçam se intensificar, com trocas de tiros diárias entre forças israelenses e a milícia Hezbollah.
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