Atos de protestos contra Putin acabam em detenção de pelo menos 74 na Rússia

Pelo menos 74 pessoas foram detidas neste domingo, 17, na Rússia, no terceiro e último dia das eleições presidenciais, de acordo com várias organizações não governamentais (ONG).

As detenções foram feitas em 17 cidades em todo o país, incluindo Moscou, segundo a agência de notícias espanhola EFE, que relatou 19 detenções na capital Moscou, a que se somam 29 pessoas em Kazan, a capital do Tartaristão, entre outras.

Na capital, um casal foi detido por usar uma tarja com citações de George Orwell, autor do livro “1984”, e em outros locais foram também feitas várias detenções no âmbito do protesto “Meio-dia contra Putin”, que levou os opositores a esperarem as 12h locais para se dirigirem às mesas de voto, num protesto que ocorreu também em cidades estrangeiras, incluindo Lisboa.

Os organizadores da campanha – apoiada pela viúva do opositor russo Alexei Navalny (que morreu na prisão em fevereiro), Yulia Navalny, e pelo bilionário Mikail Jodokovski – apresentaram outras opções de protesto, como inutilizar o boletim de voto ou escrever vários nomes, incluindo o de Navalny.

O protesto internacional Meio-dia contra Putin convidava os cidadãos, na Rússia e no resto do mundo, a se deslocarem às sessões de votação às 12h “para expressarem posição coletiva contra a atual situação política”.

Vladimir Putin está no poder desde 2000 e pretende garantir o quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.

A participação nas eleições presidenciais da Rússia ultrapassou os 74%, informou a Comissão Eleitoral Central do país. Nas eleições de 2018, a participação foi de 67,5%.

Os dados divulgados incluem a votação eletrônica remota e a presencial.

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