A China informou nesta terça, 17, a ocorrência do primeiro declínio populacional em mais de meio século, em cenário preocupante cuja queda na taxa de natalidade ameaça causar uma crise demográfica no país mais populoso do mundo.
O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês disse que o país perdeu 850 mil pessoas em 2022, em contagem que exclui as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong e residentes estrangeiros.
A China encerrou 2022 com um total de 1,411 bilhão de habitantes, tendo registrado 9,56 milhões de nascimentos e 10,41 milhões de mortes, detalhou o GNE. O país manteve um excedente de 33 milhões de homens no final de 2022.
Histórico
A baixa registrada é fruto da política de filho único, que vigorou no país entre 1980 e 2016. Um levantamento do país mostra que desde 1971, os hospitais do país executaram 336 milhões de abortos e 196 milhões de esterilizações. Fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino.
Desde que deu fim a essa política, o governo chinês tem procurado encorajar as famílias a terem um segundo ou até um terceiro filho, mas com pouco sucesso.
Os estudiosos acreditam que em breve o país vai ser ultrapassado pela Índia como a nação mais populosa do planeta.
Composição
O GNE informou ainda que a população chinesa em idade ativa entre 16 e 59 anos subiu para 875,56 milhões, representando 62% da população. A população com 65 anos ou mais subiu para 209,78 milhões, representando 14,9% do total.
É possível que haja uma crise demográfica, diante do alargamento do topo da pirâmide etária e com a força de trabalho envelhecendo, uma economia em desaceleração e o primeiro declínio populacional em décadas.
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