A Polícia Federal (PF) finalizou o inquérito aberto contra o atual presidente Jair Bolsonaro para investigar a suposta expansão de desinformação durante a pandemia.
No relatório final da investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a delegada responsável pelo caso, Lorena Nascimento, disse que Bolsonaro cometeu a contravenção penal de gerar alarma e o crime de incitação durante uma live transmitida em 21 de outubro de 2021.
Segundo ela, ao citar, durante a transmissão, que relatórios oficiais do Reino Unido teriam indicado que pessoas totalmente vacinadas estariam desenvolvendo o vírus da Aids, Bolsonaro produziu desinformação “capaz de produzir alarma junto aos espectadores que tiveram acesso ao conteúdo”.
Para a PF, a fala “seria tomada como verdade por quem o visualizava”. A Sociedade Brasileira de Infectologia explica que as informações proferidas são falsas.
Sobre outro trecho da live, a PF afirma que, ao falar que vítimas da gripe espanhola, surgida em 1918, teriam morrido devido à pneumonia bacteriana pelo uso de máscara, o presidente desencadeou “verdadeiro incentivo ao não cumprimento do uso de máscaras”.
Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, também foi acusado de ajudar na disseminação dos conteúdos considerados como desinformação.
Com a finalização da apuração, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, deve pedir parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Não há prazo para julgamento do caso.
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