A vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan alcançou 79,6% de eficácia nos ensaios clínicos. Segundo a instituição, a observação com um grupo de 16 mil participantes por dois anos não apresentou nenhum caso grave da doença entre os que receberam o imunizante.
O ensaio começou em 2016, com a administração do imunizante a 10 mil voluntários com idade entre 2 e 59 anos. Mais 6 mil pessoas receberam um placebo. A ocorrência de dengue sintomática entre os participantes foi avaliada a partir dos 28 dias da imunização e seguiu por dois anos. O estudo será encerrado em 2024.
Foi notado um desempenho melhor naqueles que haviam contraído a doença antes do estudo, chegando a 89,2%. Entre as pessoas que nunca tiveram a doença, a eficácia ficou em 73,5%.
A vacina protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. No entanto, no período da pesquisa, apenas os tipos 1 e 2 estavam em circulação no Brasil. A eficácia contra essas variedades ficou em 89,5% e 69,6%, respectivamente.
Efeitos adversos
Entre os mais de 10 mil imunizados, apenas três pessoas apresentaram eventos adversos considerados graves até 21 dias após aplicação da vacina, sendo que todas se recuperaram totalmente.
Anos de pesquisa
A vacina do Butantan contra a dengue usa tecnologia do Instituto Nacional de Saúde norte-americano, licenciada em 2009. A primeira fase dos ensaios clínicos aconteceu nos Estados Unidos, entre 2010 e 2012, e a segunda parte da pesquisa, no Brasil, entre 2013 e 2015.
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