Você sabia que um acidente ou ataque isquêmico transitório (AIT) é como um acidente vascular cerebral (AVC)? Sua incidência é um alerta de que o risco de um AVC pode ser iminente.
Presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins explica que o AIT é como um pré-AVC, porque alerta sobre a possível ocorrência do acidente vascular cerebral em 48 ou 72 horas.
Assim como no AVC, no AIT, um coágulo ou placa de gordura chega aos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e causa um entupimento, de forma que haja a interrupção do trabalho das células daquela região cerebral. O resultado são sintomas como paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala e de compreensão, tontura e até perda de visão, que pode acometer um ou ambos os olhos.
No caso do AIT, a partícula que obstrui a artéria se dissolve ou se desloca rapidamente, fazendo com que a situação de isquemia seja transitória e não deixe sequelas. A neurologista alerta que o perigo é achar que não há com o que se preocupar com o fim dos sintomas.
“É como a angina, no caso do coração, em que o paciente tem uma dor no peito e melhora, mas aquilo é sinal de que o vaso está entupido ou semientupido e pode ocorrer um infarto. O AIT é a mesma coisa. É um alerta de que alguma coisa não está bem e também uma chance de fazer o tratamento rápido e não ter um AVC.”
A médica explica que o AIT pode ser um episódio realmente rápido, com duração de menos de um minuto, mas também pode demorar mais de uma hora. Os sintomas chegam e vão embora subitamente, mas o risco de algo mais grave permanece.
“É um sinal de alto risco, se não houver tratamento. E a chance maior de ter um AVC é nos primeiros três dias. Por isso, deve-se ir ao hospital no mesmo dia e ser atendido de urgência”, afirma a médica, que acrescenta que o paciente deve ser internado para passar por exames e iniciar o tratamento preventivo.
Tipos de AVC
Os episódios de AVC podem ser divididos em dois tipos: o isquêmico, onde ocorre o entupimento da artéria que faz faltar sangue em alguma parte do cérebro; e o hemorrágico, quando o vaso sanguíneo se rompe e o sangue é derramado sobre o tecido cerebral. O primeiro tipo é o mais comum, correspondendo a algo entre 80% e 85% dos casos.
É preciso buscar ajuda médica imediatamente porque, a cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios, o que, pode trazer sérias sequelas, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala.
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