Mundo fitness: qual a relação entre dor muscular e ganho de força

“Sem dor, sem ganho”. Essa é uma das premissas mais conhecidas no mundo fitness. Existe uma crença generalizada entre praticantes de atividade física de que, se não há dor após o treino, é sinal de que o corpo não está evoluindo ou que os músculos não foram trabalhados suficientemente para ganhar força. Mas será isso verdade ou apenas um mito?

A dor pode, sim, ser uma resposta inflamatória natural do corpo após a atividade física – um sinal de que o músculo foi estimulado. O exercício gera pequenas lesões nas fibras musculares, chamadas microlesões, que são importantes para o processo de recuperação. Com descanso, alimentação e hidratação adequados, esse músculo se regenera mais forte para os próximos treinos.

É preciso observar o grau da dor e o tempo necessário para a recuperação. O desconforto pode fazer parte desse processo inflamatório, especialmente quando a carga ultrapassa o que o músculo está acostumado a suportar. Contudo, a dor, por si só, não é sinônimo de qualidade de treino. Por isso, carga e intensidade devem ser sempre monitoradas.

O que são as dores musculares pós-treino e por que elas acontecem?
A dor que surge após exercícios físicos é conhecida como DOMS (Delayed Onset Muscle Soreness), ou dor muscular tardia. Normalmente aparece entre 12 e 48 horas após o treino, podendo durar até 72 horas, dependendo da intensidade das atividades realizadas.

Essa sensação acontece por conta das microlesões nas fibras musculares que surgem durante o esforço físico. As fibras musculares são compostas por actina e miosina, proteínas que realizam um movimento de deslizamento durante as contrações. Quando o esforço é muito intenso, tanto em atletas quanto em sedentários, ocorrem pequenas rupturas nas fibras. Para pessoas sedentárias, essa dor costuma ser mais intensa, pois a musculatura ainda não está adaptada ao esforço. Outro fator relevante é o tipo de contração muscular realizada. Quando aproximamos a articulação do centro do corpo, ocorre uma contração concêntrica, com encurtamento do músculo. Já no movimento inverso, quando afastamos a extremidade do centro do corpo, ocorre uma contração excêntrica, em que o músculo se alonga sob carga. Esse segundo tipo de contração gera mais rupturas e, consequentemente, costuma provocar mais dor muscular.

O que pode ser feito após o treino para minimizar as dores?
A maneira mais eficiente de evitar dores musculares intensas após o treino é controlar a intensidade dos exercícios, adotando uma programação semanal bem estruturada que permita monitorar as cargas e prevenir sobrecargas. Uma prática recomendada é realizar alongamentos leves ao fim da atividade, proporcionando relaxamento muscular. É importante também se hidratar bastante, garantindo uma reposição hídrica adequada, o que contribui para reduzir as dores. Além disso, uma alimentação equilibrada logo após o treino é fundamental. O papel das proteínas nesse contexto: As proteínas são compostas por aminoácidos, que auxiliam na reparação das fibras musculares. Por isso, fazer uma refeição ou suplementação rica em proteínas até 45 minutos após o treino ajuda significativamente a minimizar as dores.

Em alguns casos, o acúmulo de ácido lático pode intensificar o desconforto muscular. Para essas situações, é recomendada a recuperação ativa, como uma caminhada leve. Outras estratégias eficazes incluem crioterapia, aplicação de gelo ou imersão em banheira fria, procedimentos que promovem vasoconstrição intensa e ajudam a diminuir processos inflamatórios.

Quais as principais diferenças entre dores musculares normais e lesões?
A dor muscular após o treino pode durar até 72 horas, diminuindo progressivamente – especialmente se houver respeito ao intervalo ideal de recuperação entre os treinos. Sentir incômodo leve a moderado é comum e esperado, desde que não prejudique os movimentos nem interfira na rotina de exercícios. No entanto, o especialista alerta para sinais que podem indicar uma lesão muscular: Quando a dor é muito aguda ou o desconforto é intenso, a ponto de impedir tarefas simples como descer escadas, sentar ou andar normalmente, pode ser indicativo de que a intensidade do treino foi excessiva. Esses casos costumam vir acompanhados de inchaço, rigidez extrema ou pontadas agudas, demonstrando que o músculo não está plenamente recuperado. Nesse cenário, há risco aumentado de ruptura das fibras musculares, que ficam mais frágeis e suscetíveis a lesões.

Diante desses sintomas, a recomendação é buscar orientação profissional o quanto antes para realizar uma avaliação adequada. É fundamental identificar rapidamente se há lesão e definir o melhor tratamento possível.

Quais estratégias ajudam a prevenir a dor muscular após o treino?
A maneira mais eficiente de evitar dor muscular tardia é adotar um treino bem planejado, com objetivos claros, controle da intensidade e inclusão de atividades regenerativas, fundamentais para a recuperação muscular adequada. É essencial praticar um treino inteligente, com equilíbrio entre estímulo e recuperação para reduzir desconfortos.

Outros fatores igualmente importantes são o descanso adequado, especialmente um boa noite de sono, que permite à musculatura se recuperar plenamente, e uma alimentação equilibrada. Hidratação adequada também faz toda a diferença nesse processo. É importante respeitar os intervalos entre as sessões de treino, fazer aquecimentos antes das atividades e preparar o corpo com atenção especial às articulações, aos ligamentos e à circulação sanguínea muscular. Os iniciantes devem começar com cargas mais leves e evoluir gradualmente, respeitando os limites do corpo e construindo capacidade física de forma consistente e segura.

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