
Convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical da Argentina, uma greve geral de 24 horas paralisou diversos setores do país nessa quinta, 10. É a terceira mobilização do tipo contra o governo de Javier Milei desde o início de seu mandato. A paralisação teve a adesão de trabalhadores do transporte ferroviário, metrô, táxis, portos e aviação, além de categorias da saúde, educação, setor bancário e servidores públicos, com impacto direto no transporte público de Buenos Aires. Apesar da greve, os ônibus circularam normalmente.
Em comunicado, a CGT afirmou que o custo do ajuste fiscal promovido por Milei recaiu sobre trabalhadores e aposentados, enquanto o setor financeiro aumentou seus lucros. A central sindical também criticou a redução de recursos para áreas como saúde e educação, além da suspensão de obras públicas e o avanço de privatizações. Na véspera da greve, um protesto com aposentados foi realizado na capital argentina. Nas redes sociais, Milei compartilhou críticas à paralisação feitas por aliados.
O governo defende o corte de gastos como medida necessária para conter a inflação e recuperar a economia. Segundo dados oficiais, a inflação anual caiu de 289% em março de 2024 para 66% em fevereiro de 2025. Já o índice de pobreza, que atingiu 54% da população no primeiro semestre do ano passado, recuou para 38% nos meses seguintes. Ao mesmo tempo, o governo argentino negocia novo empréstimo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões, o terceiro desde 2018, para reforçar as reservas do Banco Central.
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