
A elevação da taxa básica de juros para 14,25% ao ano levou o mercado financeiro a revisar para baixo as projeções de crescimento da economia e inflação em 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda, 24, pelo Banco Central. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano caiu de 1,99% para 1,98%, enquanto a previsão para 2026 foi mantida em 1,6%. Para os anos seguintes, o mercado espera crescimento de 1,9% em 2027 e 2% em 2028. Já a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou ligeiramente para 5,65% em 2025, mas segue acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O Banco Central justificou a decisão de elevar os juros citando a inflação persistente, especialmente no setor de serviços, e a alta nos preços de alimentos e energia. Em fevereiro, o IPCA subiu 1,31%, o maior índice para o mês desde 2003. O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que seguirá monitorando a economia e indicou um novo aumento da Selic na reunião de maio, mas “em menor magnitude”. O mercado projeta que a taxa chegue a 15% até o final do ano e inicie um ciclo de redução a partir de 2026.
A elevação da Selic tem impacto direto no crédito e no consumo, já que juros mais altos encarecem financiamentos e reduzem o poder de compra da população, freando a economia. Apesar disso, o Copom destacou que a atividade econômica segue aquecida, ainda que com sinais de desaceleração. A cotação do dólar foi projetada em R$ 5,95 para o final de 2025, podendo chegar a R$ 6 em 2026. A expectativa do mercado é que a inflação continue alta no curto prazo, com uma possível desaceleração apenas nos próximos anos.
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