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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelou em delação premiada que recebeu ordens do então presidente para inserir dados falsos no sistema Conecte SUS, gerando certificados de vacinação contra a covid-19 para Bolsonaro e sua filha. O ex-presidente não se imunizou contra a doença, mas pretendia ter um comprovante caso fosse necessário para viagens internacionais. A delação teve o sigilo derrubado nessa última quarta, 19, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em depoimento à Polícia Federal, Cid relatou que Bolsonaro fez o pedido após descobrir que seu assessor havia conseguido cartões de vacinação para si e sua família, em 2021, por meio da inserção de dados falsos. O ex-ajudante de ordens, que administrava a conta do Conecte SUS do ex-presidente, afirmou que, após a inserção das informações, imprimiu os documentos e os entregou pessoalmente a Bolsonaro. Segundo Cid, os registros foram apagados do sistema após a emissão dos certificados.
Apesar de possuir o cartão de vacinação fraudulento, Bolsonaro não precisou usá-lo para viajar aos Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, pouco antes de deixar a Presidência. Como ex-mandatário, ele entrou no país com um passaporte diplomático, isento da exigência do comprovante de imunização contra a covid-19, conforme as regras norte-americanas da época.
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