Nos primeiros 28 dias de 2025, o Brasil registrou 2.791 casos de febre do Oropouche, sendo 95% das infecções concentradas no Espírito Santo, que contabilizou 2.652 ocorrências. Além disso, o Rio de Janeiro confirmou 99 casos, enquanto Minas Gerais registrou 30. Também houve notificações na Paraíba (7), no Ceará (1), no Paraná (1) e em Roraima (1). Segundo o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, os números representam um aumento significativo em relação ao ano passado e acendem um alerta para o avanço da doença no verão.
A febre do Oropouche é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus e tem transmissão por meio do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim, além da possibilidade de disseminação pelo pernilongo Culex quinquefasciatus em áreas urbanas. Historicamente, a enfermidade era considerada endêmica da região amazônica, mas, a partir de 2024, autoridades sanitárias passaram a monitorar casos autóctones em diferentes estados brasileiros. Os sintomas incluem febre súbita, dor de cabeça intensa, dores musculares, náuseas e diarreia, semelhantes aos da dengue.
A doença raramente evolui para casos graves, mas, em 2024, a Bahia registrou as primeiras mortes associadas ao vírus no mundo. Duas mulheres jovens, de 24 e 21 anos, sem comorbidades e não gestantes, faleceram após contraírem a infecção nos municípios de Valença e Camamu, respectivamente. As mortes chamaram a atenção para a possibilidade de complicações mais severas, como meningite asséptica e manifestações hemorrágicas.
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