Escolas adotam restrições ao uso de celulares para melhorar interação e saúde dos alunos

Algumas instituições de ensino do Distrito Federal começaram a colocar em prática limitações quanto ao uso de celulares dentro das dependências educacionais. Essa legislação, que foi validada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 13 de janeiro, proíbe o uso de aparelhos celulares em escolas públicas e privadas, não apenas dentro da sala de aula, mas também durante os períodos de recreio. A nova lei foi justificada principalmente pelo impacto do tempo de tela na saúde mental, física e psicológica de crianças e adolescentes, protegendo contra o uso excessivo de telas. Esse modelo não é inédito no mundo, países como a França, Espanha, Itália, Grécia, Dinamarca e Holanda já têm leis semelhantes restringindo o uso de celulares na escola.Em Brasília, no entanto, a medida vem sendo adotada entrar em vigor.

O Colégio Católica Brasília é pioneiro na restrição ao uso de celulares em sala de aula desde 2023. A escola orienta os alunos a guardarem os aparelhos em bolsões dentro das salas, permitindo seu uso apenas quando autorizado pelos professores para fins pedagógicos.

Denise Canal, diretora da instituição, explica que o colégio orienta os alunos a guardarem os celulares em bolsões dentro das salas, com a permissão de utilizá-los apenas quando há uma orientação pedagógica dos professores. “No final de 2022, percebemos a crescente dependência tecnológica entre nossos estudantes e a falta de interação social durante os intervalos. Junto com minha equipe, decidimos mudar essa realidade e o resultado foi incrível. Hoje, vemos nossos estudantes mais conectados uns com os outros e mais atentos nas aulas”, afirma a diretora.

As aulas na instituição já retornaram desde a última segunda, 27, e, para que os alunos possam aproveitar ao máximo a nova dinâmica que já era implementada antes, a escola tem preparado uma série de atividades recreativas nos intervalos, como cordas, elásticos, futmesa, mesas de pebolim, jogos de interação social e até instrumentos musicais, como violão e guitarra. De acordo com a instituição, essas ações promovem a convivência entre os alunos e estimulam a prática de atividades físicas e criativas. Além disso, o Grupo UBEC, mantenedor da instituição, também se engajou em uma campanha de conscientização sobre o uso responsável de celulares, com o tema “Conexão fora da tela”, como forma de ressaltar a importância de estabelecer limites e hábitos saudáveis no uso da tecnologia, tanto nas escolas quanto nas famílias.

A psicóloga e especialista em educação do Grupo UBEC, Joana Cândida Pinheiro Lima, destaca os impactos negativos da presença do celular durante o aprendizado. “A criança precisa de tempo de concentração e atenção. O celular interrompe esse tempo. Em sala de aula, com a mediação do professor, com as atividades dirigidas e as rotinas, esse tempo tende a aumentar e aí acontece a aprendizagem. No momento da distração, o celular interrompe essa captação da informação do aluno”, explica. Joana também ressalta a necessidade de uma educação digital que envolva tanto a escola quanto a família. “As escolas, assim como as famílias, precisam estar atentas à educação digital. É necessário que haja programas de conscientização em parceria com as famílias para que o uso da tecnologia seja equilibrado e saudável.”

Agora, com a implementação das novas regras, a expectativa é que outras escolas sigam o mesmo modelo.

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