O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça, 28, a sua primeira reunião de 2025 sob a liderança do novo presidente, Gabriel Galípolo. Em um cenário de alta no dólar e no preço dos alimentos, o Copom deve decidir sobre o aumento da taxa Selic, que já foi elevada três vezes consecutivas desde setembro do ano passado. A expectativa é de que a taxa suba em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano, conforme aponta o mais recente boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado.
A elevação da Selic, se confirmada, será a quarta consecutiva, em resposta às incertezas econômicas internas e externas, especialmente o impacto do pacote fiscal do governo e a pressão inflacionária. O Copom, em comunicado no final de 2024, já havia sinalizado a intenção de manter esse ciclo de aumentos em janeiro e março de 2025, de modo a controlar a inflação que tem se mostrado mais persistente do que o esperado. A inflação para 2025 foi ajustada para 5,5%, acima do teto da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.
O aumento da Selic tem como objetivo combater a inflação, especialmente a alta dos preços do dólar e dos alimentos, que pressionam o custo de vida no Brasil. A Selic é a principal ferramenta do BC para conter a demanda aquecida e reduzir a inflação, pois juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Contudo, um ciclo de juros elevados também pode afetar negativamente a atividade econômica ao desestimular o consumo e os investimentos.
Além disso, o Copom vai operar dentro do novo sistema de meta contínua para a inflação, que considera a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulada ao longo de 12 meses. A meta para 2025 foi definida em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. O Banco Central seguirá monitorando os indicadores econômicos e poderá revisar suas projeções no próximo Relatório de Inflação, previsto para março.
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