Milhares de palestinos começaram a se deslocar para o norte de Gaza nesta segunda, 27, após um acordo de cessar-fogo que permitiu a entrega de três reféns israelenses pelo Hamas e a retirada das forças israelenses de um corredor estratégico que atravessa o enclave. As pessoas, muitas com bebês nos braços e pertences nas costas, caminharam ao longo da estrada costeira que passa pelo Mar Mediterrâneo, em direção ao norte. Para muitos, como a mãe palestina Umm Mohammed Ali, esse movimento representou uma sensação de renascimento e vitória. “É como se eu tivesse nascido de novo e tivéssemos saído vitoriosos novamente”, afirmou ela.
Os primeiros moradores começaram a chegar à Cidade de Gaza nas primeiras horas da manhã, depois da abertura de um ponto de passagem, com veículos começando a atravessar cerca de três horas depois. Para muitos palestinos, como Osama, um funcionário público de 50 anos, o retorno a Gaza após meses de deslocamento foi um alívio. “Independentemente de o cessar-fogo ser bem-sucedido ou não, nunca mais deixaremos a Cidade de Gaza e o norte”, declarou ele. O anúncio das passagens abertas foi recebido com aplausos por aqueles que estavam em abrigos e acampamentos de barracas, muitos dos quais estavam prontos para partir assim que as condições permitissem.
Além da libertação dos reféns, o Hamas também forneceu uma lista com os nomes de todos os reféns a serem libertados na primeira fase do acordo de cessar-fogo. Dos 33 reféns programados para a liberação, 25 já foram confirmados como vivos. A guerra, que teve início em outubro de 2023, já causou a morte de mais de 47 mil palestinos e o deslocamento de cerca de 650 mil pessoas do norte de Gaza. Apesar da trégua, ainda persiste uma grande tensão, e muitos temem que os palestinos sejam forçados a abandonar permanentemente o enclave, um tema controverso que foi recentemente reacendido com declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Seja o primeiro a comentar