Nesta quarta, 8, quando se completam dois anos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderará uma cerimônia no Palácio do Planalto em repúdio ao golpismo no país. O evento inclui a reintegração de 21 obras de arte vandalizadas durante a invasão ao palácio, uma sessão pública com autoridades e o chamado “Abraço da Democracia”, com participação popular na Praça dos Três Poderes. Entre as obras restauradas estão o quadro As Mulata, de Di Cavalcanti, e a escultura O Flautista, de Bruno Giorgi, recuperados com técnicas avançadas após danos significativos.
Outro destaque é o retorno do relógio do século 17, presente da corte francesa ao imperador Dom João VI, que foi violentamente destruído durante a invasão. A peça, junto com sua caixa, foi restaurada na Suíça graças a um acordo com a Embaixada do país no Brasil. O restauro envolveu um minucioso trabalho técnico e será símbolo da cerimônia, onde Lula descerrará o quadro de Di Cavalcanti no Salão Nobre, reafirmando o compromisso com a preservação da história e da democracia brasileira.
Para a recuperação das obras, uma estrutura laboratorial inédita foi instalada no Palácio da Alvorada. O projeto contou com parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que mobilizou especialistas, bolsistas e tecnologia de ponta para restaurar as peças em um trabalho que levou quase dois anos. O investimento de R$ 2,2 milhões reflete o esforço para resgatar o patrimônio histórico destruído, garantindo a memória de eventos que não devem ser esquecidos.
A cerimônia também simboliza um marco na defesa da democracia, com a reintegração das obras ao acervo presidencial e a reunião de autoridades e cidadãos em prol de valores democráticos. “Essas obras representam a resistência e a resiliência do Brasil diante de ataques à nossa democracia”, afirmou Rogério Carvalho, diretor curatorial dos palácios presidenciais.
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