O dólar fechou em queda de 0,87% nessa última sexta, 20, cotado a R$ 6,0710, registrando o segundo dia consecutivo de recuo em relação ao real. O movimento foi impulsionado pela venda de US$ 7 bilhões pelo Banco Central e pela aprovação do pacote fiscal no Senado, que incluiu medidas como a restrição ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limites ao aumento real do salário mínimo. Apesar da baixa no dia, a moeda norte-americana acumulou alta semanal de 0,69%, refletindo ainda a volatilidade e a desconfiança dos investidores quanto à política fiscal do governo.
Desde a última semana, o Banco Central intensificou as intervenções no mercado cambial, totalizando US$ 27,77 bilhões em vendas para conter a alta do dólar. Além das operações do BC, o andamento das propostas do ajuste fiscal no Congresso trouxe maior confiança ao mercado. Na última quinta, 19, os senadores aprovaram outras duas medidas do pacote fiscal: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para reduzir despesas obrigatórias e um projeto de lei complementar que limita o crescimento das despesas públicas, ambas promulgadas nessa sexta-feira.
No meio da tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a confiança no futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao declarar que o governo garantirá a autonomia da autarquia. O pronunciamento, feito em vídeo nas redes sociais, ao lado de Fernando Haddad e Simone Tebet, contribuiu para intensificar o recuo do dólar e das taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI). A cotação mínima da moeda norte-americana foi registrada às 15h57, em R$ 6,0456, logo após a fala de Lula.
O alívio nas tensões cambiais também impulsionou o Ibovespa, que encerrou o dia em alta de 0,5%, aos 121.788,99 pontos. O índice foi favorecido pela aprovação do pacote fiscal e pelas promessas de estabilidade econômica feitas pelo governo. O volume financeiro somou R$ 25,95 bilhões, influenciado pelo vencimento de opções sobre ações. Na semana, porém, o Ibovespa acumulou queda de 2,27%, refletindo a cautela dos investidores em meio às incertezas do cenário fiscal e econômico.
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