O Banco Central (BC) revisou para baixo suas projeções de crescimento do crédito bancário para 2024 e 2025. De acordo com o Relatório de Inflação divulgado nesta quinta, 19, o volume de crédito deve avançar 10,6% neste ano e 9,6% no próximo, abaixo das previsões anteriores de 11,1% e 10,3%, respectivamente. A revisão reflete o impacto da política monetária mais restritiva, marcada pela alta dos juros, e a desaceleração em financiamentos com recursos direcionados, como os do crédito rural e habitacional.
Em outubro, o estoque de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional somou R$ 6,3 trilhões, com R$ 2,4 trilhões destinados a empresas e R$ 3,9 trilhões a famílias. O crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 17,9 trilhões, impulsionado por operações bancárias e captações no mercado. Para 2025, o BC destacou que a política monetária continuará impactando negativamente os financiamentos a pessoas físicas, enquanto o crédito às empresas deve se manter mais estável, embora em níveis moderados.
Nas contas externas, o BC prevê aumento no déficit em transações correntes, que deve passar de US$ 51 bilhões em 2024 para US$ 54 bilhões, devido principalmente ao crescimento das importações. Apesar disso, o déficit segue menor que o fluxo de Investimento Direto no País (IDP), projetado em US$ 70 bilhões para os próximos dois anos. O relatório apontou que a recuperação da atividade doméstica e o desempenho das exportações devem sustentar os aportes de capital estrangeiro no país.
A alta recente da taxa Selic, definida em 12,25% ao ano em dezembro, e o cenário global de incertezas econômicas continuam influenciando as projeções. O BC sinalizou novos aumentos na taxa básica de juros em 2024 para conter a inflação e equilibrar o mercado financeiro, consolidando um ciclo de aperto monetário que impacta diretamente as condições de crédito no país.
Seja o primeiro a comentar