O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define nesta quarta, 11, o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. Pressionado pela alta do dólar e pelo aumento dos preços de alimentos, o colegiado deve anunciar uma elevação de 0,75 ponto percentual, conforme aponta o boletim Focus, alcançando 12% ao ano. Esta será a terceira alta consecutiva na taxa e marca a última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto. A partir de janeiro, Gabriel Galípolo assumirá a presidência do BC.
O cenário econômico, tanto no Brasil quanto no exterior, influencia as decisões do Copom. Em novembro, o colegiado já havia destacado a incerteza nos Estados Unidos, com possíveis reflexos no ritmo da desaceleração econômica e na postura do Federal Reserve. Internamente, o BC acompanha de perto a política fiscal e tem cobrado ajustes nos gastos públicos para evitar impactos negativos sobre a inflação e o crescimento econômico.
Com a alta da Selic, o Banco Central reforça uma política monetária contracionista em resposta à pressão inflacionária. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,87% nos últimos 12 meses, ultrapassando o teto da meta estabelecida para 2024. Apesar de uma desaceleração recente devido à queda nos preços de combustíveis e à bandeira verde nas contas de luz, alimentos e serviços continuam pressionando o índice.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação e atua como referência para as taxas de juros da economia. Quando elevada, encarece o crédito e desestimula o consumo, o que pode conter a inflação, mas também frear o crescimento econômico. Já para 2024, a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O próximo relatório do BC, previsto para dezembro, deve atualizar as previsões diante das recentes oscilações no mercado.
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