Impeachment do presidente da Coreia do Sul fracassa após ausência de votos suficientes

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, sobreviveu a uma tentativa de impeachment neste sábado, após uma votação no parlamento que não atingiu o número mínimo de votos necessários. A moção, motivada pela tentativa de Yoon de impor a lei marcial durante uma crise política, não obteve os 200 votos exigidos, com apenas 195 votos sendo registrados. A votação foi cancelada devido à falta de quorum, após vários membros do Partido do Poder Popular (PPP), de Yoon, boicotarem a sessão. O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-sik, lamentou a ausência de um número suficiente de legisladores para validar o processo.

A crise teve início na terça-feira (3), quando Yoon tentou conceder amplos poderes militares para lidar com o que chamou de “forças antiestatais” e “opositores obstrucionistas”. O decreto gerou uma grande reação do parlamento, que, em uma sessão urgente, votou unanimemente contra a medida. Embora tenha recuado rapidamente, revogando a ordem seis horas depois, a tentativa de impor a lei marcial gerou uma turbulência política sem precedentes na quarta maior economia da Ásia. A oposição, liderada pelo Partido Democrático, prometeu tentar novamente o impeachment de Yoon, afirmando que ele não poderia permanecer no cargo após esse episódio.

Em discurso público após o fracasso da moção, Yoon pediu desculpas ao povo sul-coreano, mas se recusou a renunciar, afirmando que a responsabilidade de estabilizar a situação política caberia ao seu partido. O líder do PPP, Han Dong-hoon, no entanto, sugeriu que a renúncia de Yoon era inevitável, afirmando que o presidente não tinha mais condições de exercer suas funções. Se Yoon deixar o cargo antes do fim de seu mandato em 2027, a Constituição da Coreia do Sul exige a convocação de novas eleições presidenciais dentro de 60 dias.

Este episódio é apenas o mais recente de uma série de crises políticas que marcaram o governo de Yoon, que chegou ao poder em 2022 com promessas de reformas conservadoras e alinhamento estreito com os Estados Unidos. O fracasso da moção de impeachment, embora tenha evitado uma mudança imediata no governo, deixou a Coreia do Sul em uma situação política incerta, com a oposição pressionando por uma maior responsabilização do presidente, enquanto seu partido tenta evitar uma crise semelhante à que levou à queda da ex-presidente Park Geun-hye em 2016.

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