Parlamentares sul-coreanos apresentaram nesta quarta, 4, um projeto para o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, após a inesperada declaração de lei marcial pelo mandatário na noite anterior. A medida, rapidamente revertida, gerou uma crise política na quarta maior economia da Ásia, com oposição generalizada no Parlamento e protestos nas ruas. Yoon justificou a decisão como necessária para proteger a ordem constitucional contra supostas forças antiestatais pró-Coreia do Norte, mas não apresentou evidências concretas.
O episódio culminou em cenas de caos na Assembleia Nacional, onde tropas tentaram tomar o controle do prédio, mas recuaram diante da resistência de assessores parlamentares e manifestantes. A moção para suspender a lei marcial foi aprovada por unanimidade, com 190 dos 300 parlamentares presentes, incluindo membros do partido governista. O principal partido de oposição, o Partido Democrático, pediu a renúncia de Yoon ou seu impeachment, acusando-o de enfraquecer a democracia.
Internamente, o Partido do Poder Popular, de Yoon, também enfrenta divisões. O líder da legenda pediu a renúncia do ministro da Defesa e de todo o gabinete, após críticas à condução da crise. Embora Yoon tenha revogado a lei marcial cerca de seis horas após sua declaração, o episódio deixou um rastro de desconfiança e incerteza política no país. A oposição prepara a votação do impeachment para os próximos dias.
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