Uma decisão polêmica da arbitragem desencadeou violência e tumulto durante a final de um torneio de futebol em homenagem ao líder militar da Guiné, Mamady Doumbouya, no sudeste do país. O evento, realizado no estádio de Nzerekore, uma das maiores cidades guineenses, resultou na morte de ao menos duas pessoas, segundo balanço provisório divulgado pelo governo nesta segunda, 1º.
O incidente começou após torcedores arremessarem pedras em protesto contra a arbitragem, gerando pânico e esmagamentos na multidão. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo, agravando o caos. De acordo com um funcionário local, que falou sob anonimato, muitas das vítimas eram menores de idade, pegas no tumulto. “Houve cenas de confusão e desespero, com pais retirando corpos antes mesmo de serem oficialmente contabilizados”, descreveu.
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram corpos alinhados no chão, muitos deles de crianças. Em um vídeo, mais de uma dúzia de vítimas inertes pode ser vista, evidenciando a gravidade da tragédia. O governo prometeu abrir uma investigação para apurar as causas e responsabilidades pelo ocorrido.
Críticos ao regime aproveitaram o episódio para reforçar acusações contra as autoridades. A Aliança Nacional para a Mudança e a Democracia, grupo de oposição, afirmou que torneios como esse são organizados para fortalecer o apoio político a Doumbouya, contrariando uma carta de transição previamente acordada antes das eleições presidenciais prometidas.
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