O número de crianças recrutadas por grupos armados no Haiti cresceu 70% em um ano, segundo alerta do Unicef. Atualmente, elas representam quase metade dos membros dessas gangues, que controlam cerca de 80% da capital, Porto Príncipe. A agência das Nações Unidas descreveu a situação como um “agravamento da crise de proteção da criança” e atribui o aumento ao colapso dos serviços essenciais, à pobreza e à falta de acesso à educação no país.
Desde fevereiro, o Haiti enfrenta uma escalada de violência com ataques constantes de grupos armados contra civis. Liderados por Jimmy Chérisier, conhecido como “Barbecue”, os grupos formaram uma coligação para pressionar pela saída de líderes políticos. Apesar do envio de uma missão de segurança internacional liderada pelo Quênia e apoiada pela ONU, a violência continua intensa, agravando a vulnerabilidade da população, especialmente das crianças.
Catherine Russell, diretora-geral do Unicef, destacou que as crianças estão presas em um ciclo vicioso de desespero e recrutamento forçado. Ela afirmou que a reversão dessa “tendência inaceitável” deve ser prioridade de todas as partes envolvidas, ressaltando a urgência em proteger a segurança e o bem-estar das crianças haitianas.
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